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Que Deus nos ajude!

domingo, 25 de setembro de 2016

É certo o crente ter compadre?!?

A Paz do Senhor sou Pb Vânio Mateus. Pastor preciso entender mais sobre esse assunto, a questão é se crente ter compadre seria certo, já que a origem do nome não soa muito bem, mas, o que desejo saber é a origem de onde começou ai então posso defender as pessoas e quem sabe ajudá-las a não cair nessa. Se puder ajude-me.

Resposta

Caro irmão presbítero, oro para que tudo esteja bem contigo e que siga cumprindo o mandato do nosso Senhor, com fidelidade e mansidão.

Quanto à sua pergunta sobre os termos “compadre” e “comadre”, realmente são oriundos do catolicismo romano:

Significado de Compadre
s.m. O padrinho de alguém em relação aos seus pais; os pais de quem foi batizado em relação á pessoa que o batizou. 
P.ext. Pessoa muito querida com quem se mantém uma relação afetiva, de amizade.



Acessado em 25/03/2016

Podemos dizer que compadres são aqueles que compartilham os filhos através do batismo com aqueles que passam a ser chamados de “padrinhos” das crianças.

Acerca da nossa visão sobre a figura dos padrinhos no batismo católico romano:

Primeiramente, precisamos deixar claro que a diferença entre os batismos católico romano e evangélico não deve ser buscada tão somente em sua forma de administração, pois, embora grande parte dos evangélicos brasileiros pratique a imersão e não permita o batismo de crianças; há muitas igrejas evangélicas que mantém como bíblicas e válidas a administração do batismo por aspersão ou efusão, tanto a adultos como também aos seus filhos ou crianças sob sua guarda, como se dá entre os Presbiterianos e Metodistas, por exemplo.
Declaro que a vital diferença entre romanos e evangélicos está no conteúdo do batismo, isto é, o que ele representa e a que se destina.
Segundo o pensamento romano, o batismo é “ex oppere operato” isto é, tem poder em si mesmo de conferir a graça da salvação, tornando pagãos em cristãos, anulando assim os efeitos do pecado original, como informa o vaticano:
“Pelo Baptismo todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas devidas ao pecado. Com efeito, naqueles que foram regenerados, nada resta que os possa impedir de entrar no Reino de Deus: nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as consequências do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus.”
[...]O Baptismo não somente purifica de todos os pecados, como faz também do neófito «uma nova criatura», um filho adoptivo de Deus, tornado «participante da natureza divina», membro de Cristo e co-herdeiro com Ele, templo do Espírito Santo.
Acessado em 25/03/2016

Estas coisas não são asseguradas, ou não devem ser asseguradas, no batismo evangélico!
Creio que todos os evangélicos concordam que o Batismo é o sinal visível, da graça invisível. Batismo é o rito de ingresso na Igreja Visível de  Jesus Cristo, sem o qual, não se entra para a comunidade visível, dos que professam a fé Cristã. Isto é, pelo batismo aqueles que já são de Cristo através da fé, são recebidos como irmãos na membresia da Igreja  constituída.
Como presbiterianos, assumimos que tanto adultos crentes, como crianças de lares evangélicos, devem ser tidos como irmãos em Cristo e recebam o batismo, pressupondo que sejam, de fato, participantes da Igreja. Contudo, nem das crianças ou dos adultos podemos ter certeza infalível, pois, só Deus sonda os corações. Como vemos no caso de Simão, um dos batizados da jovem igreja cristã em Samaria:
O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo , ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. Atos 8. 13, 18-21.


Além do significado do batismo, há ainda o problema da destinação do mesmo. Infelizmente, os batizados da igreja romana, estão por esta via se unindo a uma comunidade idólatra e descomprometida com a fidelidade a inúmeras outras ordenanças das Escrituras.

É aí que entra o problema da figura dos padrinhos; pois, conforme o ensino romano, além dos pais da criança batizada, os padrinhos são responsáveis por zelar pela permanência da criança na fé romana, de maneira que prossiga submissa àquela igreja e seus dogmas.
Como poderíamos nos submeter a tantos e falsos ensinos romanos?
- Idolatria;
- Mariolatria;
- Reinado papal;
- Sacerdócio restrito ao clero
- Acréscimos às Sagradas Escrituras;
- Proibição do livre exame das Escrituras Sagradas;
- Amuletos e superstições;
- A doutrina do purgatório;
- Intercessão pelos mortos;
- Orações aos mortos;
- Confissões aos padres;
- Adições aos sacramentos bíblicos;
- Desvio de entendimento e função dos verdadeiros sacramentos do Batismo e Eucaristia (Ceia do Senhor)
- Desvirtuamento do sexo no matrimônio;
- Obrigação de celibato aos seus “pastores”;
- Acobertamento de desvios dos mesmos, mediante sucessivas transferências.
- Busca excessiva pelo poder e enriquecimento do Clero Romano.
E tantos outros.

Especialmente por isto afirmamos que não podemos perpetuar esta tradição, porque fazê-lo seria obrigar pessoas convertidas a Cristo à obediência aos velhos erros da igreja romana, através da submissão aos antigos padrinhos.

Deste modo, segundo a viva Palavra de Deus, não há validade alguma para o crente qualquer trato ou juramento religioso que ele tenha feito em seus tempos de ignorância:

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. 2 Coríntios 5:17 

Isto não quer dizer que seja proibido que se tenha em grande consideração aqueles que tanto nos querem bem a ponto de terem se tornado nossos padrinhos, e sim deixar bem claro que não mais estamos debaixo daquelas tradições, buscando de todas as formas amáveis e firmes a que também os chamados “padrinhos” venham a se converter e se entregar às verdades do Evangelho, abandonando assim as mentiras do catolicismo.

Lembremos sempre que nosso Senhor Jesus não apenas nos ordenou o Batismo, como também e principalmente, que obedeçamos e ensinemos a obedecer tudo o que Ele nos ordenou!

Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. Mateus 28. 18-20.


Entretanto, o termo “compadre” tem uma segunda definição, apresentada no início:
P.ext. Pessoa muito querida com quem se mantém uma relação afetiva, de amizade.

Se esta, e apenas esta, fosse a intenção de quem chama alguém de “compadre” ou “comadre”, não haveria problemas, contanto que ficasse bem claro que não tem nenhuma relação com a primeira definição, à qual temos aqui contestado biblicamente; todavia, devido à associação religiosa, histórica e cultural do termo, considero extremamente arriscado uma pessoa depois que se converteu a Cristo assumir este nome tão comprometido com o catolicismo!

Um forte abraço, e que Deus continue abençoando grandemente sua vida família e ministério!

No temor de Cristo,

Pr. Sandro Márcio