Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

sábado, 5 de agosto de 2017

Uma Vez Salvo, sempre Salvo?

Em textos como Filipenses 1. 6; João 10. 28, 29; I Pedro 1. 5, 9; Jeremias 32. 40 e I João 2. 19 e 3. 9, entre outros, a Bíblia ensina claramente que o verdadeiro crente nunca perde a salvação, e que apostatar significa rejeição final e irreversível ao Senhor, e nada menos que isso, e os que o fazem, nunca foram e nem serão crentes. Todavia, isto não é impedimento à exortação aos que estão dentro da igreja, visto que os tais devem se aperceber que a perseverança é o modo de vida dos salvos (Cf. Lc. 21. 19).
Isto pode ser visto em figura na vida do jovem Davi, logo após ele e seus homens terem livrado a cidade de Queila das mãos dos filisteus (Cf. I Sm 23. 1-16). Conta a passagem que o rei Saul tomou conhecimento da localização de Davi, e vinha para o eliminar. Davi então, consulta a Deus se Saul de fato viria e se os homens da cidade o entregariam àquele rei vingativo. Tendo a resposta afirmativa a ambas as questões, Davi e seus homens saem da cidade antes que Saul chegasse.  Mas, ao ler as profecias anteriores acerca de Davi (I Sm 13. 14; 15. 28; 16. 1 e 12) tem-se a impressão de que mesmo que ele ficasse na cidade, mal nenhum lhe aconteceria, visto estar no plano de Deus torná-lo rei depois de Saul. Todavia, tal pensamento é estranho ao próprio plano de Deus, que dispõe tanto os fins quanto os meios; e o único meio ordenado por Deus para o livramento de Davi era sair o quanto antes daquela cidade. Assim, o plano divino foi cumprido; e Davi veio a se tornar rei de todo o Israel, conforme lhe fora prometido.
Também os afastados são conclamados a voltarem arrependidos ao seio da igreja, e fazendo isto, verão que seu afastamento não foi irreversível, e louvarão a Deus por trazê-los de volta e assim preservá-los da apostasia; pois, do contrário, a mesma palavra que serviria para sua salvação tornar-se-ia em sua sentença de condenação.

É o que vemos também na confissão de fé da Igreja Reformada (Confissão de Fé de Westminster), que desde os seus primórdios, declara a Bíblia como a única regra de fé e de prática, e, desse modo, o fundamento de sua doutrina. Essa doutrina “tem o sentido de que aqueles a quem Deus regenerou e chamou eficazmente para um estado de graça não podem cair, nem total, nem definitivamente, mas certamente perseverarão nele até o fim, e serão salvos para toda a eternidade”. Isto está em pleno acordo com o ensino bíblico (cf. Jo. 10. 27-29, Rm. 8. 38-39 e 11.29, Fp. 1.6, 2 Ts. 3.3, 2 Tm 1.12 e 4. 18, etc). Daí se entender que a perseverança dos santos é resultado do ato preservador de Deus, como escreveu R.C. Sproul: “Perseverança é tanto uma graça, quanto um dever. Devemos lutar com toda a nossa força em nossa caminhada espiritual. Humanamente falando, seria possível apostatar; contudo, enquanto lutamos, devemos olhar para Deus, que está nos preservando. É impossível que Ele deixe de nos preservar. (... ...) [Conforme a palavra de Deus a Jeremias] ‘Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim (Jr. 32. 40)”.
Assim, não se trata de uma inócua discussão teológica e sim da necessária segurança bíblica de nossa salvação!