Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

sábado, 10 de fevereiro de 2018

A Carta aos Hebreus e a Predestinação

Boa noite tio! Tenho uma dúvida referente ao capítulo 4 de Hebreus, versículos de 1 a 13. A minha dúvida é em relação à predestinação. Eu sei que não é exatamente um texto que fale expressamente sobre isso, mas tenho a impressão de em algumas passagens o autor dá a entender que os hebreus do deserto "perderam" a salvação por não terem fé. E isso me fez refletir também sobre o que mudaria efetivamente em uma pessoa que acreditava apenas na presciência de Deus, quando ela passasse a acreditar na predestinação. O senhor poderia me dar uma luz, por favor?

Resposta:
Querido sobrinho Tiago, quanto à sua pergunta, posso dizer que a Carta aos Hebreus faz um paralelo entre o Antigo e o Novo Testamentos, mostrando a superioridade de Cristo sobre Moisés, o tabernáculo e a Lei, ensinando assim que é ainda maior ofensa daqueles que desprezam o Evangelho, depois de o conhecerem bem, do que a ofensa praticada pelos infiéis que passaram pelo Mar Vermelho.
Não se trata de perda da salvação e sim de ter chegado muito perto dela e a ter desprezado.
Vamos ver isto mais evidente nos capítulos 6 e 10. Onde é falado de pessoas que foram especialmente abençoadas, tiveram grande iluminação da Verdade e até mesmo provaram coisas sobrenaturais, e ainda assim se perderam.
Vemos que tais pessoas jamais foram salvas, mas tiveram conhecimento suficiente que tornou o pecado da rejeição ainda maior do que o pecado daqueles que não tiveram tanto conhecimento.
No Antigo Testamento podemos ver Caim, Lameque, Saul e Acabe, por exemplo. E no Novo Testamento encontramos Herodes o Grande, que viu na Bíblia a profecia de que o Rei nasceria em Belém, disse que queria adorá-lo, mas na verdade buscava matar o Cristo. Temos também o mau exemplo dos fariseus que acompanhavam a Jesus por onde Ele ia, viam Seus milagres e preferiram dizer que eram por obra do príncipe dos demônios, e assim, cometeram o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo. E finalmente, Judas Iscariotes, que foi um dos doze apóstolos, viveu três anos e meio ao lado de Jesus, realizou curas e milagres, ao lado dos demais discípulos, e na verdade, nunca foi crente de verdade. Mas, dado ao conhecimento e experiências que teve tornou a sua traição contra o nosso Senhor ainda mais aviltante, a ponto de Jesus dizer que, melhor lhe seria nunca ter nascido.
A Carta aos Hebreus nos serve de alerta para que mostremos na vida prática que somos de fato filhos de Deus, e não descansemos na ilusão de uma vida desobediente.
É certo que todos os crentes podem errar (e erram), mas logo se arrependem!
É muito estranho um crente verdadeiro que não sente dor pelo pecado, e não volta atrás por seus erros!
Quando alguém vive assim, mesmo tendo enorme conhecimento da verdade, acumula para si as tristes consequências de quem viu a Deus bem de perto e O rejeitou.
Esta pessoa nunca foi salva, mas por seu conhecimento e experiências se tornou digna de ainda maior condenação!
Contudo, em havendo verdadeiro arrependimento, a consequente mudança nos mostra que ali está um crente de verdade!
Assim, não há conflito entre a Carta aos Hebreus e a doutrina bíblica da Predestinação.
Desde pequenos ouvimos pessoas recitarem uma frase que não está na Bíblia, como se fosse uma grande verdade: "não existe pecadinho nem pecadão, todos os pecados são iguais". Isto não é a plena verdade!
Embora todos os pecados sejam sujos e dignos de condenação, existe sim diferença de gradação entre pecados, de acordo com a quantidade de conhecimento que teve aquele que pecou.
Lucas 12: 47. O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48. mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá. - Bíblia JFA Offline
Se pudéssemos consertar o ditado popular diríamos que "não existe pecadinho, pois todo pecado já nasce grande e horrível, mas há pecados piores que outros sim!
Por isso Jesus disse de alguns pecadores, que seria melhor nunca terem nascido!
Espero ter esclarecido a questão!

Para aprender mais sobre a Doutrina Bíblica da Predestinação,
Recomendo:
http://respondapastor.blogspot.com.br/2017/08/uma-vez-salvo-sempre-salvo.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2013/04/voce-acredita-em-predestinacao.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2011/11/por-que-deus-criou-pessoas-mesmo.html

http://respondapastor.blogspot.com.br/2011/07/o-crente-que-confia-na-predestinacao.html

A Trágica Morte Deles foi Merecida?

Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?  Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.  Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?  Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Lucas 13:1‭-‬5
Em 16/01/2018 o irmão Diogo perguntou:
Pastor Boa noite, não consegui compreender o significado da passagem acima, pode explicar?

Resposta:
Irmão Diogo, infelizmente as pessoas costumam acreditar que se alguém recebe o bem ou o mal é porque mereceu. Dessa maneira, em caso de alguma tragédia, surgem os comentários maldosos. Pois bem, naquela ocasião a cidade estava em polvorosa pela notícia de um morticínio ordenado por Pilatos, contra certos religiosos galileus, que morreram em cima de seus sacrifícios, e outra manchete de uma torre que desmoronou, matando 18 pessoas.
Os comentários deviam ser mais ou menos assim: A justiça tarda mais não falha! Quem não morre nas mãos de Pilatos, morre esmagado pela torre!
Em Atos dos Apóstolos, vemos esse tipo de raciocínio quando houve o naufrágio do navio de Paulo e ele foi picado por uma serpente. A ideia era que: ele escapou do naufrágio, mas a justiça foi feita com a mordida da cobra. Lá eles tiveram que mudar o pensamento, pois Deus protegeu seu servo e o veneno não fez efeito.
Já no Evangelho de Lucas, Jesus não tentou defender a inocência dos mortos, ao contrário, Ele ensinou sobre a culpa de todos, pois como pecadores que somos, todos precisamos de, arrependidos, buscarmos o perdão de Deus!
Assim, aprendemos que em momentos de tragédia não nos cabe julgar e sim solidarizarmos  com aqueles que sofrem, pois diante de Deus, todos somos merecedores de castigo!
Só a Graça nos salva!!!

Se pensamos que quem morreu foi merecedor da morte e do inferno, devemos lembrar que todos nós, pecadores diários, também o somos, contudo; devemos levar às mãos à boca e calar toda e qualquer palavra que possa torturar parentes e amigos enlutados. Com amor, mansidão e sabedoria devemos pregar aos vivos e não fazer julgamento dos mortos; isto só cabe a Deus!

Precisamos alertar quanto ao grande mal praticado por muitas pessoas, inclusive cristãos, que na hora do sofrimento alheio, aproveitam para tripudiar afirmando que o mal foi merecido. Perde-se assim uma grande oportunidade de demonstrar o amor de Deus, em compaixão e respeito pelos que sofrem!