Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Amor Ágape

Em 07/02/1011

Jônatas perguntou:

Dentre os tipos de Amor, aos quais referem as Escrituras,  como devo entender o significado do Amor Ágape?


Querido irmão Jônatas,


Na língua grega, como em português, a palavra “Amor”, possui variadas formas e sentidos:

A grosso modo:

Filós – Geralmente trata acerca do amor fraternal, entre amigos;
Eros – Ligado ao sentimento de desejo e de interesse; 
Ágape  – Forma desprendida e desinteressada de se afeiçoar por alguém.
Stergô – Afeição humana, natural, cordial.

Durante muito tempo, e menos freqüentemente em nossos dias, defendia-se a rigorosa diferenciação dessas formas, cada vez que elas fossem encontradas nas Escrituras.

Daí a pregação de sermões que frisavam essas diferenças, em textos como João 21.15-17

“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas”.

Costumava-se reparar que as duas primeiras vezes que o Jesus Ressurreto perguntou se Pedro o amava usou o termo correspondente ao amor ágape, enquanto o apóstolo Pedro respondia que o amava com o amor filós (fraterno), então na terceira vez  Jesus pergunta usando o verbo correspondente ao amor fraterno e recebe a afirmativa de Pedro.
Ao final do sermão os pastores costumavam exortar a que desenvolvêssemos o amor ágape, desinteressado, mais adequado ao amor incondicional de Deus por nós!

Contudo, novos estudos foram realizados e viu-se que a Bíblia não faz rigorosa distinção entre as formas gregas da palavra amor. A este uso deu-se o nome de linguagem sinonímica, expressada quando as formas são empregadas meramente como sinônimas. Aqui mesmo nesta passagem de João, foram empregadas duas palavras gregas diferentes para saber, duas para apascentar e duas para ovelhas.

Mas isto não é tão moderno quanto se pensa; um exemplo clássico vem da versão grega do Antigo Testamento de 250 a.C, conhecida como Septuaginta (LXX), em II Samuel 1.26:
“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.”

 Aqui, tanto o amor de Jônatas (amor de amigo, irmão, que normalmente receberia a forma de filós), como o amor de mulheres (conjugal, carnal, que normalmente teria a forma de Eros), recebem a palavra correspondente ao Ágape (amor puro, sem interesse), por isso nossa tradução, corretamente consta apenas a palavra amor, sem discernir Filós, Eros ou Ágape.


Ainda mais pode ser visto no Novo Testamento, que foi escrito num Grego Popular, conhecido como Koinê, quando não havia grande preocupação em diferenciar as palavras para amor. Assim como no moderno português, o amor é muito melhor demonstrado em atitudes do que pode ser expresso em palavras.

Muitos exemplos de linguagem sinonímica são encontrados justamente no Evangelho de João, revelando o estilo literário do apóstolo.

Confira as formas da palavra amor usadas nos versículos:


Deus amando o mundo (amor-ágape):

João 3:16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

O Pai amando os discípulos e eles amando a Cristo (amor-filós)
João 16:27  Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus.

Os homens amando as trevas (amor-ágape)
João 3:19  O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.
João 12:25  Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.
João 12:43  porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.

O Pai amando o Filho (amor-ágape):
João 3:35  O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
João 10:17  Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.

O Pai amando o Filho (amor-filós):
João 5:20  Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.

Jesus amava a Lázaro e suas irmãs (amor-filós)
João 11:3  Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas.
João 11:36  Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava.

Jesus amava a Lázaro e suas irmãs (amor-ágape)
João 11:5  Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.

Jesus ordenando o amor entre os discípulos (amor-ágape)
João 13:34  Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.
João 15:12  O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

Creio que, com isto, pôde ser demonstrado que, a rigor, não se deve fazer distinção entre as palavras que são intercambiáveis, isto é, que podem ser usadas popularmente, sem maiores preocupações.

Daí, posso afirmar que a ordem e o exemplo de Cristo e do Pai dados a nós é que  amemos verdadeiramente!

Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” I João 3.18.

Fraternalmente em Cristo,

Pr. Sandro Márcio

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Parábola do Administrador Infiel

A irmã Luciana solicita:
Pastor, pode me esclarecer a parábola do “Administrador Infiel”?

Resposta:

Cara irmã, eis o texto e a seguinte explicação,

Lucas 16. 1-15

1 Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens.
2 Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela.
3  Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha.
4  Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas.
5  Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão?
6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinqüenta.
7 Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.
8 E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz.
9 E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.
11 Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?
12 Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
14  Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridiculizavam.
15  Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.


ENTENDENDO O CONTEXTO:


- O administrador infiel


O administrador, do grego “ecônomo”, era o gerente particular dos negócios de alguém, e, como tal, tinha liberdade de fazer negócios em nome do verdadeiro proprietário. Com toda a autoridade concedida, onde não havia a devida fiscalização, não era incomum que ocorressem desvios de dinheiro.


- Em Israel era proibido um israelita emprestar com juros a outro israelita, conforme:

Êxodo 22: 25 - Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor que impõe juros.
Levítico 25: 35 – 37 - Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás. Como estrangeiro e peregrino ele viverá contigo. Não receberás dele juros nem ganho; teme, porém, ao teu Deus, para que teu irmão viva contigo. Não lhe darás teu dinheiro com juros, nem lhe darás o teu mantimento por causa de lucro.
Deuteronômio 23: 19-20 - A teu irmão não emprestarás com juros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer coisa que é costume se emprestar com juros. Ao estrangeiro emprestarás com juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todos os teus empreendimentos na terra a qual passas a possuir.

- Mesmo assim, os juros eram “imbutidos” na negociação


Entre os israelitas, embora fosse errado, era comum inserir os juros no valor a ser recebido, como se fosse a conta do que fora emprestado. A pessoa que estivesse precisando de empréstimo, por necessidade acabava concordando com este tipo comum de trapaça. O administrador poderia fazer isso com ou sem a permissão do patrão.

- Para conquistar novos amigos, é feita uma renegociação, agora, sem os juros
Tanto pela falta de tempo, quanto pela manobra arriscada, o administrador tem pressa em refazer as contas. Fazendo assim, mesmo diminuindo os lucros do patrão, ele passa a impressão de ser homem justo, que se esforça por cumprir a lei, ganhando a simpatia dos devedores.

- O patrão elogia a esperteza do empregado, pois se vê obrigado a aceitar a renegociação.
Ao saber do feito, ao patrão só cabe aceitar, pois,
a)      Tudo foi realizado enquanto o administrador ainda tinha autoridade dada por ele para o gerenciamento de seus negócios;
b)  Os papéis da primeira negociação já não existiam mais;
c)      Não aceitar seria assumir publicamente seu descumprimento da Lei;
d)      Aceitando, o patrão daria a todos a impressão de que fora ele que ordenara a renegociação para o cumprimento da Lei, levando a crer que ele também fosse um homem justo.

MOTIVAÇÕES, CONDUTA E CONSEQUÊNCIAS:

- Ao contrário do que alguns possam afirmar, o administrador era mesmo infiel.
a)      Foi assim acusado;
b)      O patrão acreditou na acusação;
c)      Ele nem tentou se defender;
d)      Remarcou arbitrariamente os valores;
e)      Jesus se referiu a ele como “administrador infiel”.

Diante da notícia da sua iminente demissão, considerou as possibilidades:
a)      Trabalhar na terra
b)      Viver de mendicância
c)      Fazer amigos que o ajudassem de boa vontade

Considerada a melhor alternativa, passa rapidamente à execução de seu plano, enquanto ainda podia.
a)      Chamou um a um os devedores do seu senhor
b)      Refez os contratos de dívida
c)      Diminuiu os valores das dívidas
d)      Entregou as contas refeitas ao seu senhor

Ao final da história recebe:
a)      A gratidão dos devedores
b)      O elogio do patrão
c)      A recomendação de Jesus para que o imitemos

Características do administrador apontadas por Jesus:

O administrador era infiel (do grego: adikias – iníquo, injustos, sem retidão)
O administrador era hábil e agiu atiladamente  (do grego frônimos – sábio, prudente, esperto)


É claro que o nosso Senhor jamais nos mandaria que sejamos infiéis; já a prudência é costumeiramente ordenada na Escritura Sagrada.

Algumas passagens do Novo Testamento onde se recomenda que sejamos prudentes (frônimos e outros termos da mesma raiz grega da palavra):

Mateus 7:24  Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;

Mateus 10:16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas

Lucas 1:17  E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.

Lucas 12:42  Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?

Tito 3:8  Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens.


Mas, de que modo este administrador infiel serve de exemplo a ser seguido?

No versículo oito encontramos a expressa recomendação do Senhor Jesus:

E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.

Assim como o administrador infiel percebeu que os bens materiais podem proporcionar benefícios às pessoas que desejamos como amigas, também nós devemos fazer uso dos bens que dispomos para ajudar o próximo, não por interesse, como fez o administrador, mas de boa vontade, como prova de amor e fé.

Confira com Tiago 2, 15-17
Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.

Deste modo, com esta parábola Jesus nos ensina que precisamos ser mais prudentes em nosso modo de viver, usando o dinheiro não apenas para garantir nosso sustento, mas, de forma planejada, usá-lo para fazer bem ao próximo, pois foi esta a única coisa boa que aquele administrador realizou. Se o dinheiro nas mãos de um empresário astuto pode fazer algum bem ao próximo, ainda que com motivações materialistas e desonestas (lavagem de dinheiro, dedução do imposto de renda, marketing, etc), o que se pode esperar de crentes honestos e amorosos, desejosos de fazer o bem?

Que Deus a abençoe,

Pr. Sandro Márcio.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Igreja Pode Ser Derrotada?

O Diácono João Toja perguntou por e-mail:


Pastor, qual o significado de Ap.13. 7??



"Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação" 


* Resposta: 

Querido irmão,

Este versículo trata acerca do último e o pior anticristo a se manifestar sobre a terra, durante o pouco tempo de libertação do diabo.

Deve ficar bem claro que Deus está no controle de todos os eventos: "Foi-lhe dado".

Este anticristo conseguirá uma tremenda vitória sobre a igreja visível, a ponto de quase exterminá-la. Todavia, o tempo de seu triunfo é muito curto, chamado de três dias e meio. 

Ao final Cristo há de voltar e dar cabo de todos aqueles que se impuseram contra a Igreja, lançando no inferno o diabo, o anticristo e o falso profeta, bem como todos os que os adoraram.

A Igreja passa pela Grande Tribulação, mas, sai vitoriosa para reinar eternamente com Cristo!
     
Por favor, me diga se a resposta foi suficiente, estou a disposição para maiores esclarecimentos.

Um abraço, Pr. Sandro

O irmão João prosseguiu:

Pastor, como uma tremenda vitória sobre a igreja visivel????
Não falamos que as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja?????
Me ajuda ai, por favor.....
E porque este numero de tres dias e meio?????
Obrigado pela força. Que Deus o abençõe. Juntamente com sua familia, tão amada pastor.
Um abração.


Querido irmão,

Quando falamos em vitória do anticristo estamos falando da morte dos cristãos e do temporário silenciar da igreja como instituição, como organização. Para entendermos isto pode-se exemplificar com a morte de Cristo, que foi aos olhos dos seus inimigos uma tremenda vitória, mas, eles nem imaginavam que Deus estava no controle, não sabiam que a morte e a ressurreição de Jesus eram na verdade o grande cumprimento do plano de Deus para a salvação de todo o que nEle crê.

Na história passada algumas perseguições foram tão intensas, Império Romano, Inquisição Romana, por exemplo, que aparentemente tinham sufocado a igreja, mas, quando e onde menos se esperava Deus levantava novamente a sua Igreja militante.

A perseguição do último anticristo será ainda pior, pois fará de tudo para iludir os cristãos com as alegrias e promessas desse mundo, ao mesmo tempo em que reagirá fortemente contra todos os que não seguirem suas seduções.

Quanto aos três dias e meio, conforme Apocalípse 11, é a simbologia de um curto período de tempo quando o mundo se alegrará pensando ter acabado com a Igreja, que é representada pelas duas testemunhas que são mortas.



Leia Apocalípse 11. 3-13



Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.
São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra. Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem. Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará, e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados. Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.
Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo; e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram. Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.


Entende-se que o "um tempo, dois tempos e metade de um tempo", os três anos e meio, os quarenta e dois meses, os 1260 dias e os 1000 anos mencionados no livro de Apocalípse estejam tratando da mesma coisa, o grande período de tempo entre a 1ª e a 2ª Vindas de Cristo, o tempo em que a Igreja pregará o Evangelho e dará seu testemunho. Comparados aos três anos e meio, três dias e meio são um tempo muito curto.


1 tempo + 2 tempos + 1/2 tempo / três anos e meio / 42 meses / 1260 dias / mil anos = Intervalo de tempo entre o nascimento de Jesus e o seu Retorno Glorioso.


3 dias e meio = O pouco tempo de aparente domínio de Satanás, do Anticristo e do Falso Profeta. 



Mas, ao final desses 3 dias e meio, a Igreja se levanta rediviva, sendo arrebatada aos ares, e Jesus destrói seus inimigos, vitória que culminará com estabelecendo o Juízo Final e a Vida Eterna dos Filhos de Deus, no Novo Céu e Nova Terra.

A "tremenda vitória" do anticristo, apesar de terrível, é curta e momentânea, enquanto que a vitória de Cristo e da Igreja é certa e eterna! As portas do Inferno não prevalecerão contra ela!




* Por se tratar de uma passagem cheia de símbolos, que fala de eventos futuros, existe grande diferença de interpretação entre importantes e fiéis ministros do Evangelho. A posição aqui expressa, conhecida como Amilenismo, é aquela que, humildemente, julgo estar mais de acordo com toda a revelação da Escritura Sagrada. Esta posição é melhor defendida nos livros "Mais do que Vencedores"  e "A Vida Futura Segundo a Bíblia" de William Hendricksen, ambos da editora Cultura Cristã.