Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

É Certo Vender Produtos na Igreja?

Esta pergunta é parte do assunto tratado no CompartChat da rádio IPB (www.ipb.org.br/radio) em 02/08/2011. Aqui estendo minhas considerações, com vistas a um tratamento mais detalhado.

Pergunta:

De acordo com

Mateus 21:12-13 “Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.”

É errado fazer cantina e venda de produtos na igreja?


Resposta:

De início é preciso que se faça a devida distinção quanto ao  alvo da presente resposta. Não estamos aqui discutindo acerca de absurdos como  “carnê de bênçãos”, o tamanho da oração do pastor ou das bênçãos prometidas condicionados ao tamanho das ofertas, e a venda de amuletos e “objetos de poder” ou o torto conceito do dinheiro como “semente de bênçãos”.
Cremos e esperamos que a igreja de Cristo facilmente reconheça a ganância envolvida nestas práticas.
Um único versículo é suficiente para tratar de coisas semelhantes a essas:

Atos 8.20  Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus.

Para maiores detalhes recomendo:

O que nos interessa no presente estudo é algo bem diferente, é acerca da validade e a fidelidade bíblica de uma prática corriqueira em muitas de nossas igrejas: os bazares, cantinas e outras formas de comércio, com vistas à manutenção da igreja e apoio à causas emergenciais. Esta prática já está tão arraigada no coração de muitos que o mínimo questionamento já lhes parece ofensivo!
Afinal é indiscutível a alegria, o congraçamento e o animado e envolvente trabalho das senhoras da igreja, levantando recursos para as nobres causas cristãs.  Por que então mexer com o que está indo tão bem?

Apesar da boa vontade, intenção e sinceridade daqueles que organizam esses trabalhos na igreja, creio mesmo que involuntariamente, nos impedem de conhecer o modo como Deus deseja que seu povo se conduza.

Não cabe aqui fazermos leis para quem quer que seja, e sim orientar acerca das coisas mais excelentes reveladas na Escritura Sagrada, pois ela, e só ela é a nossa infalível regra de fé e de prática.

Leiamos:
“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizei: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” Ml 3. 8-10

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; por que Deus ama a quem dá com alegria” 2 Co 9. 7


Os textos citados nos revelam a vontade de Deus quanto ao modo como deseja amparar os necessitados, bem como sustentar e abençoar a sua Igreja; isto é, HAVENDO FIDELIDADE NOS DÍZIMOS E OFERTAS JAMAIS PRECISAREMOS DE OUTRO EXPEDIENTE PARA ARRECADAÇÃO DE RECURSOS PARA A IGREJA.
A Bíblia nada fala sobre bazares, cantinas, bingos, “restaurantes”, etc, e sim sobre fidelidade nos dízimos e nas ofertas!

Quando Deus mandou que os israelitas fizessem o tabernáculo e todos os preciosos instrumentos de adoração, o que foi feito? Uma campanha movida por vendas, cantinas e bazares?
Não! Deus conclamou o seu povo para que voluntariamente ofertasse!
Êxodo 25
1 Disse o SENHOR a Moisés:
2 Fala aos filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis a minha oferta.


Quando Davi precisava de grande soma de bens e materiais para que seu filho Salomão construísse o templo, o que ele fez? Incentivou alguma forma de comércio na igreja para conseguir os recursos necessários à construção?
Não! Voluntariamente ele deu de seus bens e conclamou ao povo que fizesse o mesmo!
Confiram:
ICrônicas 29.
1 Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e inexperiente, e esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o SENHOR Deus.
2 Eu, pois, com todas as minhas forças já preparei para a casa de meu Deus ouro para as obras de ouro, prata para as de prata, bronze para as de bronze, ferro para as de ferro e madeira para as de madeira; pedras de ônix, pedras de engaste, pedras de várias cores, de mosaicos e toda sorte de pedras preciosas, e mármore, e tudo em abundância.
3 E ainda, porque amo a casa de meu Deus, o ouro e a prata particulares que tenho dou para a casa de meu Deus, afora tudo quanto preparei para o santuário:
4 três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas;
5 ouro para os objetos de ouro e prata para os de prata, e para toda obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao SENHOR?
6 Então, os chefes das famílias, os príncipes das tribos de Israel, os capitães de mil e os de cem e até os intendentes sobre as empresas do rei voluntariamente contribuíram
7 e deram para o serviço da Casa de Deus cinco mil talentos de ouro, dez mil daricos, dez mil talentos de prata, dezoito mil talentos de bronze e cem mil talentos de ferro.
8 Os que possuíam pedras preciosas as trouxeram para o tesouro da Casa do SENHOR, a cargo de Jeiel, o gersonita.
9 O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao SENHOR; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo.

17 Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, dei voluntariamente todas estas coisas; acabo de ver com alegria que o teu povo, que se acha aqui, te faz ofertas voluntariamente.
18 SENHOR, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva para sempre no coração do teu povo estas disposições e pensamentos, inclina-lhe o coração para contigo;
19 e a Salomão, meu filho, dá coração íntegro para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos, fazendo tudo para edificar este palácio para o qual providenciei.
20 Então, disse Davi a toda a congregação: Agora, louvai o SENHOR, vosso Deus. Então, toda a congregação louvou ao SENHOR, Deus de seus pais; todos inclinaram a cabeça, adoraram o SENHOR e se prostraram perante o rei.

E Jesus, certamente aquele que nos dá o exemplo do que é melhor, o que fez?
Vejamos:
Mateus 14.
15  Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.
16  Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer.
17  Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
18  Então, ele disse: Trazei-mos.
19  E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.
20  Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios.
21  E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.

O que vemos aqui? Jesus aproveitando a oportunidade para vender sanduíches baratinhos para a multidão? Quanto dinheiro não poderia arrecadar se ele vendesse a R$ 1,00 a unidade? Ou mesmo a R$0,50? Por que Ele não teve essa grande idéia?

Por que
O sustento do Senhor e dos seus discípulos, assim como o seu serviço de amparo aos pobres vinha das ofertas voluntárias:

Lucas 8.
1 Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele,
2  e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;
3  e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.

Mateus 19.
21  Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.

João 12.
5  Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?
6  Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.

João 13.
29  Pois, como Judas era quem trazia a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa ou lhe ordenara que desse alguma coisa aos pobres.


E quando os irmãos da igreja dos apóstolos, entusiasmados com a graça e o amor de Deus, voluntariamente traziam seus bens para que fossem distribuídos, Pedro resolveu que isto devia parar?
 Não, ele apenas orientou para que pessoas como Ananias e Safira não usassem de ofertas e de mentiras para se auto-promoverem.
Falando sobre a mau-dada oferta de Hananias:
3 Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?
4 Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

E quando os irmãos de Jerusalém passavam por dificuldades, os apóstolos mandaram que lhes vendesse roupas ou comida a um preço baratinho?
Não! Paulo saiu pelas demais igrejas recolhendo ofertas conforme cada um pudesse dar.

I Coríntios 16.
2 No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.

2 Coríntios 9.
1 Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos,
2 porque bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos.
3 Contudo, enviei os irmãos, para que o nosso louvor a vosso respeito, neste particular, não se desminta, a fim de que, como venho dizendo, estivésseis preparados,
4 para que, caso alguns macedônios forem comigo e vos encontrem desapercebidos, não fiquemos nós envergonhados (para não dizer, vós) quanto a esta confiança.
5 Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza.
6 E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.
7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.
8 Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra,
9 como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça,
11 enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus.
12 Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,
13 visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos,
14 enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós.
15 Graças a Deus pelo seu dom inefável!

A única menção que vemos a algum tipo de comércio na igreja vem da boca de Jesus, e com palavras nada elogiosas, confira Mt 21. 12, 13, Mc 11. 15-17 e Lc 19. 45, 46.

Sabemos que o contexto da reprovação de Jesus ao comércio no templo, com a devida expulsão dos mercadores (que aconteceu, por no mínimo duas vezes, uma no início, outra no fim de seu ministério terreno) é o uso do átrio dos gentios para estes negócios, impedindo que os estrangeiros que confiavam em Deus pudessem adorá-lo dignamente. Também há o forte indício de monopólio e superfaturamento na venda de animais e câmbio das moedas, o que é bastante percebido na expressão de Jesus “covil de salteadores”. O que de início parecia uma coisa boa, pois atendia as pessoas que vinham de longe e antes tinham o incomodo trazer o gado de casa, tinham desde então um lugar acessível para a compra de animais aceitos pelo sacerdote, bem como um local para a troca das suas moedas para as únicas que eram aceitas no templo, acabou por se tornar um sério impedimento à adoração das nações ao Deus de Israel, além de tornar o templo uma ambiente aberto à corrupção!
E é claro que os crentes modernos certamente não farão isso, espero! Mas ainda assim nada muda o fato de que a igreja do Antigo e do Novo Testamentos, viviam muito bem sem essa prática!

Aos que fazem questão do movimento de confraternização e amor envolvidos nas atividades mencionadas, digo que nada impede que se continue a fazer, tão somente, recomendo a que não mais se venda, e sim que se faça doações aos necessitados, pois para o pobre nada tem “valor simbólico”, cada moeda o ajuda para comprar pães ou mesmo para pagar a condução!

Lembremos do caso do irmão pobre com família numerosa que já não podia mais ir à igreja de tão pendurado que estava na cantina, e pensemos, por que a igreja não pode fazer como seu mestre Jesus, dar peixes e pães de forma gratuita e generosa?

Lembremos também do saudoso Rev. Jacó Silva, que grande bem prestou à Igreja Presbiteriana do Brasil, pregando a suficiência dos dízimos e ofertas para o sustento da igreja e amparo aos pobres!

Embora o tema “dízimos e ofertas na igreja” pareça ser um assunto desagradável, para muitos em nossos dias, é urgente falarmos sobre isso, e assim cumprirmos a vontade do Senhor, evitando todos os artifícios criados pelos homens que, ao lançarem mão destas alternativas, nada fazem senão assumir o fracasso na fidelidade dos crentes no serviço voluntário a Deus e aos pobres através dos seus bens!


Ps. Quanto à venda de Bíblias, hinários, livros e CDs nas igrejas, não penso que atentem contra o princípio mencionado, pois não servem para a manutenção da igreja e sim para o justo pagamento dos custos envolvidos. Entendo que podem ser vendidos, desde que não seja no local ou no horário dos cultos, e haja uma reserva que possa atender com empréstimos ou doações desses produtos aos que não possam comprar.

Com amor fraterno,
Pr. Sandro Márcio

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Posso me casar com alguém "divorciado"?

Rev.  Sandro
Bom dia...Deus o abençoe

Olha só depois daquele debate de casamento  no chat... fiquei com algumas duvidas..

eu solteira .. se por acaso aparecer um divorciado na minha vida , mas  motivo do divorcio não tenha sido traição da esposa, não esta correto....???

se for isto quer dizer que um divorciado( sem ser traido) só pode se casar novamente se for com quem ele se divorciou???

obrigada
Rosi


Resposta.

Querida irmã Rosi,
A nossa confissão de Fé de Westminster, amparada nas Escrituras Sagradas instrui:

CAPÍTULO XXIV
DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
Ref. Gen. 2:24
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.

Mat. 19:4-10
4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher
5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7  Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8  Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.
9  Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.
10  Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.

Rom. 7:2,3.
2  Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.
3  De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.

II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza.

Ref. Gen. 2:18
Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.
Gen 9:1
Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra. 

Mal.2:15
Não fez o SENHOR um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.

I Cor. 7:2,9.
2  mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.
9  Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.

III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Ref. Heb. 13:4
Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.
I Tim. 4:1-3
1 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,
2  pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,
3  que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade;

Gen.24:57-58
57  Disseram: Chamemos a moça e ouçamo-la pessoalmente.
58  Chamaram, pois, a Rebeca e lhe perguntaram: Queres ir com este homem? Ela respondeu: Irei.

I Cor. 7:39
A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor.

II Cor. 6:14.
14 Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?
15  Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?

I Cor 5.11  
Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.

IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consagüinidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher.
Ref. I Cor. 5:1
Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.

Mar. 6:18
Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.


Lev. 20:19-21
19  Também a nudez da irmã de tua mãe ou da irmã de teu pai não descobrirás; porquanto descobriu a nudez da sua parenta, sobre si levarão a sua iniqüidade.
20  Também se um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio; seu pecado sobre si levarão; morrerão sem filhos.
21  Se um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; descobriu a nudez de seu irmão; ficarão sem filhos.


V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.
Ref. Mat, 1: 18-20
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
19  Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.
20  Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.


5:32
Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.

19:9
Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.

VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular, não se devendo deixar ao arbítrio e discreção das partes o decidirem seu próprio caso.
Ref. Mat. 19:6-8
6  De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7  Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8  Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.

I Cor. 7:15

Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.


Deut. 24:1-4

1 Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa;
2  e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem;
3  e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,
4  então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim, não farás pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança.


Esdras 10:3.

Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se segundo a Lei.

Creio que, verificando os textos bíblicos, constata-se a posição fiel das declarações acima, de que apenas a traição ou a deserção obstinada do incrédulo justifica o divórcio e o novo casamento por parte do cônjuge fiel. Por deserção obstinada, entende-se que seja quando, mesmo não havendo adultério e apesar do crente fazer todo o possível e aceitável diante de Deus pela união, ainda assim o outro decide ir embora. Em outros casos, ainda que possa se dar a separação por parte do cristão, não há a permissão para um novo casamento, pois diante de Deus, apesar de, por questões diversas, haja impossibilidade de viverem juntos, eles ainda são casados e tem compromisso de fidelidade que os reconduza ao perdão e à vida em comum, sabendo que durante o tempo em que estiverem separados ficam mais expostos à tentação de uma terceira pessoa, e, neste caso, Jesus chama a nova união de ADULTÉRIO!
O grande engano de muitas famílias é que já nascem condenadas, pois os cônjuges não crêem que ficarão juntos “até que a morte os separe”; infelizmente, o divórcio deixou de ser a última opção e passou a ser a fuga de qualquer desconforto, selando a incompatibilidade dos egos.
Nunca é demasiado dizer que embora o Senhor permita (não ordena) o divórcio para os casos mencionados acima, Deus, o criador da família, detesta o divórcio:

Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis. Malaquias 2.15
   
Contudo, esta orientação nem sempre é bem acolhida, pois, tal como no casamento misto, os sentimentos costumam falar mais alto do que a Palavra de Deus, e os exemplos que “deram certo” parecem justificar a iniciativa. Entretanto, sejamos honestos em reconhecer que nem tudo o que “dá certo” é “certo de fato”!
Todavia, em nossa sociedade tão imoral e prejudicial às famílias, é comum alguém se converter já com a vida familiar toda perturbada, numa seqüência de casamentos infelizes, divórcios precipitados e novas e ainda mais rápidas uniões, e a criação dos filhos desses casamentos. Isto só é compreensível por haver acontecido antes da pessoa ter conhecido a Cristo, e dado à impossibilidade de consertar o passado, só resta arrepender-se dos adultérios cometidos, assumir as responsabilidades como pai e a partir de então ser fiel e amoroso com a atual companheira dando o exemplo de que:
...se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.  Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” 2 Coríntios 5:17-19

Falando em reconciliação, lembremo-nos do que ocorreu com Raabe a prostituta:
Hebreus 11:31  Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias.
Mateus 1:5,6a  Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé;  Jessé gerou ao rei Davi;

No entanto, aquele que já conhece ao Senhor, conquanto seja também um pecador, não pode praticar aquilo que sabe ser condenado pelo Senhor, e se já fez isto, ainda que, sendo salvo, não perde a salvação, fique ciente de seu pecado e das tristes conseqüências que, nesta vida, acompanham semelhante decisão, restando-lhe apenas suplicar o perdão e a misericórdia de Deus.
Cara irmã, tenha bem definido em sua mente que começar uma união com alguém que já fracassou uma vez como marido, ou que diante de Deus ainda pertence a outra pessoa é o prenúncio de um grande desgosto. Sabemos que Deus é poderoso e misericordioso para até mesmo consertar nossas tolices, mas casar-se desse modo é como uma pessoa pular do alto do templo esperando que os anjos a protejam, atitude esta que é chamada por Jesus de “tentar a Deus”!(Conf. Mt .4. 5-7) Não faça isto!
Embora com o passar do tempo o coração solteiro se angustie, é sábio não dá-lo a alguém sem a certeza da bênção de Deus; confie no amor divino!
Que Deus a abençoe!
Pr. Sandro Márcio

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Onde Será a Morada Final dos Cristãos?

Pr. Sandro, bom dia.

Um dos assuntos que gostaria de explanar é sobre escatologia, no que tange ao texto de II Pedro, onde afirma que a “terra será atingida, mas não destruída” (não me lembro o capítulo e versículo), o que nos leva a pensar se o NOVO CÉU e a NOVA TERRA não serão aqui mesmo....
 Obrigado.


Caro irmão e Presbítero Carlos,

O texto que você menciona é II Pedro 3. 10-13

10  Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
11 ¶ Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
12  esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.
13  Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.

Como postei em 12 de outubro de 2010, respondendo à pergunta do irmão Danilo “Onde as almas ficam hospedadas após a morte do corpo?”:

" ... de acordo com a Bíblia, a alma do crente, imediatamente após a morte, entra na presença de Cristo. O lugar para onde vai é conhecido como Paraíso, Céu, terceiro Céu, Seio de Abraão, etc”.

Daí na Igreja Cristã, costumeiramente, quando se fala da vida futura prometida por Deus, o que mais se ouve é do céu como indicação do lugar final de descanso do cristão; como se a terra prometida fosse apenas uma bênção que foi ou será dada durante algum tempo aos descendentes de Abraão segundo a carne, os atuais israelitas ou israelenses.
Vê-se uma supervalorização deles como povo amado por Deus, e também do céu como morada eterna dos crentes, quando na verdade, este maravilhoso recanto de bênçãos é apenas de um lugar provisório para as almas dos salvos, que um dia, de corpo e alma ressuscitados haverão de tomar posse da terra, a Nova Terra, prometida aos verdadeiros filhos de Abraão.
É preciso que saibamos que a expressão Reino dos céus não nos remete ao destino final dos crentes, mas, antes à origem deste reino que veio do céu (de Deus) para nós, sendo equivalente ao termo “Reino de Deus”.

Confira:
Mateus 8.
11  Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.
Lucas 13.
29  Muitos virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugares à mesa no reino de Deus.

É necessário que percebamos que uma visão reduzida do plano de Deus para seus filhos tem pouca consideração com a natureza criada por Deus, e de certo modo, diminui a expectativa pela volta do nosso Senhor.
- Todavia, que Deus tem um plano que envolve a recuperação da terra que um dia foi amaldiçoada por causa do pecado humano:

Gênesis 3.
17 ¶ E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
18  Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo.

Romanos 8.
19  A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus.
20  Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou,
21  na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
22  Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.
23  E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.


- Assim, diferentemente do que muitos pensam, não existe da parte de Deus um desprezo quanto à sua criação, como se apenas a parte imaterial tivesse importância, o Senhor, já desde o Antigo Testamento tem prometido a posse da terra aos Seus filhos, o que foi depois confirmada pelo nosso Senhor no Sermão do Monte:


Salmos 37:11  Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.
Salmos 37:29  Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
Salmo 115.16  Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.
Isaías 60:21  Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.
Isaías 65:9  Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela.
Mateus 5:5  Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.


- A promessa de Deus foi manifesta a Abraão e sua descendência:

Gênesis. 17.
7 Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.
8  Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.

Êxodo 19.
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6  vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.

- E a Bíblia em sua revelação progressiva, nos mostra quem são os verdadeiros filhos de Abraão, deixando claro que as promessas de Deus ao patriarca são extensivas à igreja de Cristo:

Romanos 9.
6 E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
7  nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.

Gálatas 3.
28  Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29  E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.

Efésios 4.
4  há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;
5  há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6  um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.
7  e a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.

Romanos 4.
13  Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé.
14  Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa,
15  porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.
16  Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós,
17 ¶ como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.
18  Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19  E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara,
20  não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus,
21  estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera.
22  Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça.
23 ¶ E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta,
24  mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor,
25  o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.

Efésios 1. 13,14
13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
14  o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.

- Estas promessas ainda aguardam cumprimento, até que se complete o números dos verdadeiros filhos de Abraão, os herdeiros da promessa:

Hebreus 11.
13  Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
14  Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.
15  E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
16  Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.

I Pedro 1.
10 ¶ Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada,
11  investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.
12  A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.


Hebreus 8.
10  Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

I Pedro 2.
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

- Essas promessas envolvem a posse final e absoluta da Nova Terra. O Antigo Testamento já vislumbrava esta bênção, embora ainda não ficasse de todo evidenciada a vitória total sobre o pecado e a morte, já havia a expectativa da ressurreição e do juízo de Deus:

Daniel 12.13
13  Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.

Jó 19.
25  Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra.
26  Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.
27  Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim.

Ezequiel 34.
23  Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.
24  Eu, o SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o SENHOR, o disse.
25  Farei com elas aliança de paz e acabarei com as bestas-feras da terra; seguras habitarão no deserto e dormirão nos bosques.
26  Delas e dos lugares ao redor do meu outeiro, eu farei bênção; farei descer a chuva a seu tempo, serão chuvas de bênçãos.
27  As árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu quebrar as varas do seu jugo e as livrar das mãos dos que as escravizavam.
28  Já não servirão de rapina aos gentios, e as feras da terra nunca mais as comerão; e habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.
29  Levantar-lhes-ei plantação memorável, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios.
30  Saberão, porém, que eu, o SENHOR, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o SENHOR Deus.
31  Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o SENHOR Deus.

Isaías 65.
17 Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.
18  Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo.
19  E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor.
20  Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.
21  Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
22  Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos.
23  Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles.
24  E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
25  O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR.

Isaías 66.
22  Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome.
23  E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.

- O Novo Testamento nos dá maior clareza acerca da promessa de Deus de que seus filhos possuirão a Terra, uma terra que será destruída e renovada, através de uma portentosa ação divina, não mais através da água como foi na criação e no Dilúvio de Noé, e sim pelo fogo:

II Pedro 3.
1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida,
2  para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos,
3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5  Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus,
6  pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água.
7  Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.

Como lemos, isto se dará no Dia do Juízo do Senhor, que por esta ação renovará todo o Universo, fazendo deste céu e desta terra, um Novo Céu e uma Nova Terra, onde pra sempre habitará a justiça e Deus fará morada entre os homens.
Apocalipse 21.

1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
3  Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
4  E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
5  E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
... ...
22  Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
23  A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
24  As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.
25  As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite.
26  E lhe trarão a glória e a honra das nações.
27  Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.

Apocalipse 22

1 Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.
2 No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.
3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,
4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.
6 Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.

Assim, podemos perceber que pela promessa de Deus existe sim um paraíso final e terreno reservado para os verdadeiros filhos de Deus, a Nova Terra, que é a Nova Jerusalém que descerá do céu, por ocasião da Segunda Vinda de nosso Senhor. E nós, os salvos e em corpos ressurretos e transformados viveremos e reinaremos aqui não apenas por mil anos, mas, para todo o sempre com o nosso Deus!

Para maiores esclarecimentos recomendo a leitura dos livros:
A Bíblia e o Futuro, de Antony Hoekema
A Vida Futura Segundo a Bíblia; e
Mais Que Vencedores (Comentário de Apocalipse), de William Hendricksen;
Todos da Editora Cultura Cristã.