Boa Noite!
Pastor, preciso tirar uma dúvida a
respeito do novo casamento.
Já li e reli vários estudos e opiniões a
respeito do novo casamento e vejo que pela biblia quem contrai um novo
casamento a não ser por traição. Comete Adultério.
A minha dúvida é que a biblia também fala
que os Adúlteros não herdarão o reino dos céus. Por isso gostaria de saber,
quem está nessa situação de um novo casamento perde a salvação? Não há mais
esperança para quem esta em uma situação assim?
Apesar da pergunta não estou nessa
situação de um novo casamento.
Peço gentileza caso poste minha pergunta
no Blog não revelar o meu sobrenome.
Aguardo seu retorno
Abraços
Querido (a) irmão (ã),
A Bíblia Sagrada nos ensina
que
O plano de Deus para o casamento é que ele dure até a
morte.
I Coríntios 7.39 A mulher está ligada enquanto vive o marido;
contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas
somente no Senhor.
Contudo, pela dureza dos corações Deus permitiu o
divórcio.
Mateus 19. 8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do
vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não
foi assim desde o princípio.
Em caso de divórcio, os únicos motivos que permitem o
novo casamento para a parte inocente, são o adultério e o abandono obstinado.
Mateus 5.32 Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar
sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se
adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
I Coríntios 7.15 Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se
aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã;
Deus vos tem chamado à paz.
Este é o entendimento da
Igreja Presbiteriana do Brasil (e também o meu), conforme expresso na Confissão
de Fé de Westminster:
Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline
a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em
matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma
deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo
magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um
processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discrição das
partes o decidirem seu próprio caso.
Cap. XXIV, VI.
- Pessoalmente, creio que a
agressão e a violência doméstica possam ser contadas entre os justos motivos de
dissolução do casamento; pois, bem se enquadram na classe de abandono que
impede a paz; porém, essa opinião não é compartilhada por todos.
Aos demais casos em que haja divórcio, a Bíblia
recomenda a castidade ou o retorno ao cônjuge.
I Coríntios 7.10 e 11 Ora,
aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido
(se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu
marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.
Mas, o que dizer de pessoas
que se divorciaram por quaisquer motivos, antes de se converterem?
Creio que cabe a solução
bíblica:
2 Coríntios 5:17 E, assim,
se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas.
E quanto àqueles que não
são as partes fiéis, ou que se casaram sem o consentimento bíblico; estarão
todos em pecado perpétuo, condenados e sem perdão?
De fato, quem não for viúvo e se casou novamente, não
sendo em caso de adultério ou abandono obstinado, desobedeceu a ordem de Deus.
Romanos 7.3 De sorte que será considerada adúltera se,
vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido,
estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.
E a Bíblia assegura que os adúlteros, entre outros,
não herdarão o reino dos céus:
1 Coríntios 6:9 ¶ Ou não sabeis que os injustos não
herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros,
nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem
avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de
Deus.
Hebreus 13:4 Digno de honra entre todos seja o matrimônio,
bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.
Todavia, não
sejamos injustos de condenar pessoas ainda vivas ao inferno, pois, sempre há
lugar para o arrependimento.
Como lemos na continuação
do texto mencionado de I Coríntios 6.9e 10.
1 Coríntios 6:11 Tais fostes alguns de vós; mas vós vos
lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
De acordo com Jesus, o único pecado, para o qual não há
perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo:
Mateus 12:31 Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia
serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será
perdoada.
Para os demais pecados a Palavra de Deus oferece perdão
através de Jesus Cristo, mediante o arrependimento:
Filhinhos meus, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos
nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo
inteiro. I João 2. 1 e 2
Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça. I João 1.9
Daí a pergunta:
Deve aquele que está casado
segunda vez abandonar a nova esposa, como prova de arrependimento?
Penso que não, pois, não se
conserta um erro cometendo outro, uma vez que se desfará mais uma família!
Temos o exemplo do adúltero Davi, que tendo se
arrependido, manteve sua nova mulher, Bate-Seba e, após a morte do primeiro
filho, com a bênção de Deus, tiveram a Salomão (futuro rei de Israel), ao mesmo
tempo em que sofriam as conseqüências humanas e sociais pelos seus pecados.
Conforme II Samuel Caps.
11-19 e Salmo 51.
Insiro abaixo o texto da
Confissão de Fé de Westminster sobre esse tema:
CAPÍTULO XXIV
DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser
entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de uma mulher nem à
mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
Ref. Gen. 2:24; Mat.
19:4-6; Rom. 7:3.
II. O matrimônio foi
ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça
humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para
impedir a impureza.
Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15;
I Cor. 7:2,9.
III. A todos os que são
capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos
cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira
religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros
idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do
casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias
perniciosas.
Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3;
Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.
IV. Não devem casar-se as
pessoas entre as quais existem os graus de consangüinidade ou afinidade
proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão
tornar-se lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a
poderem coabitar como marido e mulher.
Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18;
Lev. 18:24, 28.
V. O adultério ou
fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento,
dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério
depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de
obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.
Ref. Mat, 1: 18-20, e
5:31-32, e 19:9.
VI. Posto que a corrupção
do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente
separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para
dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que
não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a
dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não
se devendo deixar ao arbítrio e discrição das partes o decidirem seu próprio
caso.
Espero ter sanado sua
dúvida.
No temor de Cristo,
Pr. Sandro Márcio