Espaço reservado à reflexão sobre questões que nos incomodam e nem sempre tivemos com quem nos aconselhar. Reflete a opinião de quem, embora não seja dono da verdade, se esforça por ser um servo fiel dela. Existe algo que sempre o incomodou e que ainda não encontrou resposta satisfatória? Este é o seu espaço, você poderá perguntar o que quiser e eu lhe direi o que penso, embasado na Bíblia Sagrada. Trazer-lhe a Palavra de Deus e tirar a sua dúvida, ajudando-o (a) a refletir acerca de seu dia-a-dia é o que mais desejo. Você pode usar o espaço "comentários" para enviar suas perguntas ou, se preferir, mande-as via e-mail: pr.sandromarcio@hotmail.com e aguarde a publicação da resposta no blog.
Que Deus nos ajude!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tanto Esforço, Por migalhas?!?

Em 28/07/2010
Eloízio perguntou:
Em Mateus 15 - 22 uma mulher é apresentada como sendo cananéia, já em Marcos 7 - 26 é apresentada como grega de origem siro-fenicia, pergunta qual a relação que as duas formas de apresentação têm?

Querido irmão Eloízio:
Para compreendermos um pouco da geografia bíblica do Novo Testamento, recorro ao Novo Dicionário da Bíblia, que diz:

Canaã, tanto na Bíblia, como em fontes externas, tem uma tríplice referência. Em primeiro lugar, e fundamentalmente, indica as terras da costa Siro-Fenícia, especialmente a própria Fenícia. ... ... Em segundo lugar, ‘cananeu’ é palavra que pode cobrir, por extensão, o interior e, assim sendo, a Sírio-Palestina em geral... ... Em terceiro lugar, o termo ‘cananeu’ pode ter o sentido mais restrito de mercador, traficante, visto que o comércio era a característica mais notável dos cananeus.
Siro-fenício: Habitante da Fenícia, que nos tempos do Novo Testamento fazia parte da província romana da Cilícia e Síria.
Douglas, J.D. “Novo Dicionário da Bíblia” pp. 242, 243 e 1539. Ed. Vida Nova. 2ª Edição. São Paulo, 1995.

Assim, cananéia tanto podia fazer referência a região total dos vizinhos de Israel, ou apenas especificamente ao norte, onde se localizava a Fenícia. Deste modo, ambas as formas, enfatizam a separação, indicando que aquela mulher não era do povo de Deus, e vivia numa terra que, embora fosse vizinha, jamais pertencera a Israel. Também a sua cultura grega em muito distava da judaica. Seu encontro com Jesus, ao contrário do que ocorreu com a mulher samaritana (Jo 4), foi proposital e, com tantas divindades adoradas pelos sidônios, como Baal, Astarte, Anarte, etc, a própria busca por Jesus já indica a falência de seus deuses. Quando ela clama pelo Filho de Davi, está, conseqüentemente, se submetendo ao império davídico, em oposição aos demais governantes da terra, inclusive os do seu povo. Sua insistência só aumentava sua humilhação e sua reverente adoração poderia nos parecer o cúmulo da falta de amor-próprio. Mas, para Jesus isto ainda não era o bastante, era preciso que ficasse provado que as atitudes dela eram muito mais do que as lisonjas de um mercador, era preciso que ela reconhecesse que nada poderia exigir, que não havia nela nenhum poder de barganha. E no momento em que o último restinho de orgulho foi ao chão Jesus lhe provou que quem se humilha será exaltado: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã” (Mt 15.28). É digno de nota que, de fato, uma pequena migalha do poder de Cristo é suficiente para colocar o demônio pra correr.
Que Grande Deus é o nosso!

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