Pergunta:
Uma pessoa que comete um pecado ,sabe que é errado, mas continua a fazendo a mesma coisa., e esta confiante que como ele(a) é um predestinado(a) e por isso mesmo não perde a salvação... esta pessoa não tem mesmo com que se preocupar..???
Rosi, Americana-SP
Resposta:
Querida irmã, esta pessoa não precisa se preocupar em perder a salvação, a sua primeira preocupação deve ser a de encontrá-la algum dia!
A doutrina da predestinação é verdadeiramente bíblica, e trata do decreto eterno do Altíssimo de providenciar a salvação e efetivamente salvar os que nele confiam (leia Efésios Caps 1e 2 e Romanos Cap. 9, por exemplo). Mas, é claro que Deus não a revelou para ser usada como desculpa para o pecado. De início eu poderia falar da enorme dúvida que paira sobre a predestinação de alguém que usa a doutrina como licença para pecar, contudo, quem somos nós para dizer se uma pessoa é ou não predestinada? Entretanto, posso afirmar que aqueles que se deleitam no pecado confiados na eleição divina nos fornecem sérias evidências de que ainda não chegou o momento de sua real conversão, uma vez que a Bíblia afirma que são as obras que manifestam a existência da verdadeira fé (Cf. Tiago 2.18).
Falo sobre conversão porque ela envolve mais do que um assentimento intelectual das verdades bíblicas; bem mais do que isso; a conversão está firmada na regeneração, o novo nascimento de João 3. 1-21, que é uma ação divina nos concedendo uma nova vida, pois, diante desta nova natureza que nos é concedida por Deus, a conversão é uma natural mudança de mentalidade e de comportamento. Deste modo, as pessoas que se dizem salvas e ainda assim permanecem no pecado, revelam ignorância do que significa vida cristã, desconhecendo o que seja amor por Deus e ódio pelo pecado.
Talvez isso tenha acontecido porque quando “aceitaram a Jesus” estavam apenas querendo se filiar a uma igreja, resolver um problema momentâneo ou apenas se livrar da culpa e da condenação do inferno, mas, na verdade, não desejam o céu, pois se não desejam a comunhão com o Deus Santo, neste mundo, que dirá viver com ele por toda a eternidade?
Esses “crentes” pensam que “vale a pena pecar, se houver certeza do perdão!”.
Eles não percebem a podridão do pecado, que, já nesta vida, corrompe os relacionamentos, atacando e ferindo os princípios elementares de uma vida feliz, como verdade, amor, lealdade, pureza, responsabilidade, justiça e misericórdia, entre outros. Infelizmente, para os tais “espertos” o único problema real com o pecado é que ele conduz ao inferno; se lhes for garantido que Deus os perdoará, eles já não vêem mal algum em continuar pecando! Por isso afirmo que essas pessoas ainda não conhecem a Deus!
Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. 1 João 3:6
Veja bem irmã, não estou dizendo que o crente não peca, e sim que o pecado na vida do cristão lhe causa tristeza, a tristeza que o conduz ao arrependimento (cf. 2 Coríntios 7.10),e a ausência da tristeza pelo próprio pecado e do arrependimento, denota a ausência de Deus na vida:
Romanos 2. 4-6
“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contr;a ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento”.
Mas, será que pregar a certeza da salvação não pode levar o crente a relaxar em seu compromisso com a obediência? Não seria muito mais seguro pregar que se o crente descuidar pode perder a salvação?
- Olhando por este lado, sabe que até tem lógica?!?
- Mas, o que é que eu estou falando? Qual é o dever do pregador: fazer ameaças que forcem a obediência ou ensinar o que a Palavra de Deus ordena?
O apóstolo Paulo taxativamente afirmou a certeza do perdão de Deus, quando escreveu:
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Romanos 5: 20, 21
Mas, logo a seguir, parecendo ouvir os clamores de seus oponentes, ele pergunta:
1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
Romanos 6. 1
E ele mesmo responde:
Romanos 6. 2-15
2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?
4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.
5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,
6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
7 porquanto quem morreu está justificado do pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,
9 sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;
13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!
Que maravilha! O crente tem ao menos quatro motivos para não viver em pecado:
1 - Cristo morreu por nós
A morte de Cristo selou um fato importantíssimo, o perdão de Deus pelos nossos pecados. Voltar à vida de pecados seria desprezar a morte de Cristo em nosso lugar, o seu sacrifício. (Hebreus 10.14; I Pedro 3.18; Hebreus 6.6)
2 - Na morte de Cristo o nosso velho homem foi crucificado com Ele
A nossa velha natureza já não tem mais a mesma força, a presença e a força do velho homem são como a peçonha que faz a cobra se debater mesmo depois de ferida mortalmente na cabeça. Podemos e devemos dia-a-dia fazer morrer esta velha natureza. (Gálatas 2.19; Colossenses 3.5)
3 - Jesus Cristo ressuscitou
Ele está vivo, não somos seguidores de filosofias religiosas, somos seguidores do Cristo Vivo! Ele nos acompanha em nossa caminhada, protege, ampara, aconselha por sua Palavra e nos conduz pelo Seu Santo Espírito! (Mateus 28.20; João 14. 16).
4 – A ressurreição de Cristo aponta para a nossa Nova Vida
Assim como Deus ressuscitou a Cristo, Ele infundiu em nós uma nova natureza! Esta nova natureza ama a Deus e à Sua Palavra e é habilitada pelo Senhor a vencer as tentações do maligno e da velha natureza que querem parecer mais fortes do que são na verdade!(I Coríntios 10.13; Gálatas 2.20).
Deste modo, temos a certeza da nossa salvação e da nossa perseverança em servir a Deus, com forças dadas pelo Senhor para sermos fiéis, mesmo diante das piores tentações. Não que não possamos ainda hoje pecar, mas com a convicção de que o pecado não nos fará felizes, e embora não nos tire a salvação, rouba-nos momentaneamente a dignidade e a alegria da comunhão com Deus, até que, não suportando tanta tristeza, arrependidos busquemos o perdão do nosso Pai que tanto nos amou!
Romanos 8.37
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Desejo que esta resposta lhe seja suficiente, mas, se não for, por favor me avise!
Com um abraço amigo,
Em Cristo,
Pr. Sandro Márcio
O assunto da predestinação é sempre espinhoso de falar, mas é indiscutívelmente bíblico. Parabéns pastor pela bela explicação.
ResponderExcluirRogerio
Obrigado, irmão!
ResponderExcluirNossa missão diante de Deus é de falar sempre a verdade.
Tanto a Predestinação, com a certeza da salvação do que crê, quanto a obrigação de sermos fiéis até a morte deve ser ensinadas por ordem de nosso Senhor!